segunda-feira, 24 de março de 2014

História de um empreendedor

José Geraldo Rezende Morais

Nascido em Abreus, distrito de Alto Rio Doce - MG

Profissão: Representante Comercial

Nome da Empresa: Bagagens Representação

Ramo: cama, mesa e banho

Data da fundação 1998



Entrevista com o Sr. José Geraldo Rezende Morais
Representante comercial – Bagagens Representações

Empreendedor de sucesso




 Que fatores o influenciaram a se tornar empreendedor?
Como morava no interior de Minas Gerais, numa vila chamada Abreus, naquela época não tinha mesada, então eu vendia galinha pra conseguir um dinheirinho. Meu pai tinha um comércio, então observava os “viajantes”, que representavam várias empresas e produtos e achava muito legal aquilo. Eu queria ser um profissional diferente, almejava saber escrever letras de imprensa, pois as letras dos que passavam por lá eram ilegíveis e pequenas.



 Que pessoas/empreendedores o inspiraram?
Primeiro foi meu pai, era comerciante e Tabelião no único cartório do local. Minha  família era grande e todos além de estudar tinham que ajudar no comércio e no cartório.  Nas compras e nos negócios eu sempre observava meu pai, e a cada dia, me interessava mais pelo comércio. Minha visão para os negócios, e para o futuro foi acontecendo gradativamente.




       Alguém de sua família era empreendedor?
Sim, meu pai, além de ser comerciante, ele era Tabelião. Morou no Rio de Janeiro, aprendeu o ofício de sapateiro e também morou em Juiz de Fora, onde se candidatou a uma vaga de Tabelião, conseguindo posteriormente.

Houve algum evento de “disparo” para iniciar o negócio? (demissão? Aposentadoria? Outro?...)
Sempre tive vontade de ter meu próprio negócio, me planejei para isso.

        Criou seu próprio negócio durante a faculdade/colégio?
Não, foi acontecendo gradativamente.

       Que educação formal teve? Foi relevante para o negócio?
Formei somente o ensino médio, mas não fiquei por aí, fiz curso no SENAC E SEBRAE de vitrinista, marketing, desenho e propaganda, liderança e vendas. Fui estudar no seminário de Petrópolis RJ, mas como não queria ser Padre, continuei os estudos em Juiz de Fora, meus irmãos todos fizeram faculdade, mas não era bem isso que eu queria.




     Como encontrou a oportunidade?
Ao mudar para Juiz de Fora, eu trabalhava e estudava, foi numa farmácia como Office boy, mas era alérgico e não deu certo, tive a oportunidade de trabalhar na “Rainha”, loja de cama mesa e banho, também com o mesmo cargo, em oito meses estava trabalhando como vendedor, e logo após como gerente. Achei que aquela cidade estava pouco para o que eu queria. Vim para Belo Horizonte, e comecei a trabalhar como promotor de vendas da empresa “Santista” era top de linha naquela época, viajava para vários lugares, além daqui, fui para Goiânia, Vitória e Brasília. Comecei a gostar desse ramo de Cama Mesa e Banho, pensei em trabalhar com estes produtos, foi aí que tudo veio para os meus sonhos e planos.



         Como avaliou a oportunidade?
Ao trabalhar com a Santista, conheci outros representantes e outros produtos, foi então que conheci o que represento hoje, a Jolitex Ternille, (empresa de São Paulo, há 46 anos, e é o maior fabricante de cobertores da América Latina), seu representante de Belo Horizonte, gostou do meu trabalho e do meu conhecimento de mercado e o tratamento com os clientes, do menor aos maiores compradores, então ele me convidou a trabalhar com ele como preposto (funcionário designado para representar a empresa), com esta experiência observei e aprendi muito. Com o passar do tempo, ele me convidou a ser sócio dele, eu tinha um dinheiro guardado, bom relacionamento com os gerentes da fábrica em São Paulo, sem contar com os clientes e também com as transportadoras. Estou com esta empresa desde 1989, foi quando o meu primeiro filho nasceu.




     Havia um plano de negócios? Se não, fez algum tipo de planejamento? Pode explicar?
Plano de negócio no papel não, mas na minha cabeça estava afiado, tudo com achava que deveria ser.

1      Que experiência de trabalho anterior teve antes de abrir o negócio?
Como preposto tive a vantagem de não ter gastos com nada, a comissão do representante é de 6% e eu ficava com a metade 3% sem ônus. Além de trabalhar com a Jolitex, eu também representava outras três empresas, do mesmo ramo. Como preposto sempre fui bem visto pelos lojistas porque organizava a loja, fazia rodízio com a mercadoria que estava parada, dava dicas de como montar as vitrines e ajudava no marketing, já fazendo minha estratégia como um bom vendedor. Muitos comerciantes, já me ligavam, em vez de ligar para o escritório ou até mesmo para o representante, porque já tinha conquistado a clientela. Foram então muito importantes estas experiências como preposto.

      Quais são suas forças e fraquezas?
Não tinha muito que temer, os produtos são de qualidade e aceito muito bem no mercado, me sentia bem oferecendo estas mercadorias.Em contrapartida, esbarro com a concorrência do produtos importados e similares, que me deixa preocupado.

       Teve sócios?
Sim. Um.

      Sobre os sócios; eles complementaram suas habilidades para tocar o negócio?
Não, pelo contrário, ele me deu foi problemas, tanto financeiro quanto organizacional. Era uma pessoa sem compromisso, não tinha a mesma visão de negócios que eu.  Encerrar a sociedade neste caso foi a melhor decisão que eu tomei, não queria desfazer, porque afinal foi ele que deu a oportunidade de trabalho com esta marca.

      Que recursos (econômicos/financeiros) precisou implementar o negócio?
Fui juntando dinheiro a cada negócio diferente que eu fazia, eu economizei, economizei e ainda economizo.

      Onde e como obteve estes recursos?
Com o meu trabalho, não deixando de aproveitei a oportunidade de comprar e vender alguns carros com o lucro guardei para esta finalidade.

     Quando obteve seu primeiro cliente?
Foi na sequencia de ser preposto, não me recordo com clareza quem foi.

    Qual foi o momento mais crítico, no início do negócio ou mesmo depois de sua criação? Como foi superado?
Foi no decorrer do início da sociedade desfazê-la foi um momento desgastante. Somente o trabalho para nos recompor, tanto eu quanto ele.

      Qual foi o momento de maior satisfação?
Saber que tinha a capacidade de montar o meu próprio negócio e sozinho planejei meus objetivos e metas e as alcancei.

      Qual é o lado positivo de ser empreendedor? E o negativo?
Minhas responsabilidades e meus compromissos isso me realiza. E os encargos são pesados pelos problemas que ocorre dentro da empresa, como representante sou para raios dos clientes e a própria parte burocrática, que é pesado.

       Como a carreira como empreendedor afetou sua família?
Positivamente, tenho qualidade de vida, faço os meus horários modifico a minha agenda de acordo com as necessidades.

      Faria isso de novo? Caso positivo, o que faria diferente?
Sim. Buscaria o aumento da renda através de mais preposto e tentaria abranger outras regiões a não ser BH e região. E pensaria mil vezes antes de ter um sócio, até que me provem o contrário.

     Que conselho daria a uma pessoa que quer se tornar um empreendedor?
Economizar, economizar e economizar. Fazer o que gosta, planejar e não deixar de se 
profissionalizar, buscando o que realmente quer.



Nenhum comentário:

Postar um comentário