Nascido em Abreus, distrito de Alto Rio Doce - MG
Profissão: Representante Comercial
Nome da Empresa: Bagagens Representação
Ramo: cama, mesa e banho
Data da fundação 1998
Entrevista com o Sr. José Geraldo
Rezende Morais
Representante comercial – Bagagens
Representações
Empreendedor de sucesso
Que fatores
o influenciaram a se tornar empreendedor?
Como
morava no interior de Minas Gerais, numa vila chamada Abreus, naquela época não
tinha mesada, então eu vendia galinha pra conseguir um dinheirinho. Meu pai
tinha um comércio, então observava os “viajantes”, que representavam várias
empresas e produtos e achava muito legal aquilo. Eu queria
ser um profissional diferente, almejava saber escrever letras de imprensa, pois
as letras dos que passavam por lá eram ilegíveis e pequenas.
Que pessoas/empreendedores o inspiraram?
Que pessoas/empreendedores o inspiraram?
Primeiro
foi meu pai, era comerciante e Tabelião no único cartório do local. Minha família era grande e todos além de estudar
tinham que ajudar no comércio e no cartório.
Nas compras e nos negócios eu sempre observava meu pai, e a cada dia, me
interessava mais pelo comércio. Minha visão para os negócios, e para o futuro
foi acontecendo gradativamente.
Alguém de sua família era empreendedor?
Sim,
meu pai, além de ser comerciante, ele era Tabelião. Morou no Rio de Janeiro,
aprendeu o ofício de sapateiro e também morou em Juiz de Fora, onde se
candidatou a uma vaga de Tabelião, conseguindo posteriormente.
Houve algum evento de “disparo” para iniciar o negócio? (demissão? Aposentadoria? Outro?...)
Houve algum evento de “disparo” para iniciar o negócio? (demissão? Aposentadoria? Outro?...)
Sempre
tive vontade de ter meu próprio negócio, me planejei para isso.
Criou seu próprio negócio durante a
faculdade/colégio?
Não,
foi acontecendo gradativamente.
Que educação formal teve? Foi relevante
para o negócio?
Formei
somente o ensino médio, mas não fiquei por aí, fiz curso no SENAC E SEBRAE de
vitrinista, marketing, desenho e propaganda, liderança e vendas. Fui estudar no
seminário de Petrópolis RJ, mas como não queria ser Padre, continuei os estudos
em Juiz de Fora, meus irmãos todos fizeram faculdade, mas não era bem isso que
eu queria.
7 Como encontrou a
oportunidade?
Ao
mudar para Juiz de Fora, eu trabalhava e estudava, foi numa farmácia como
Office boy, mas era alérgico e não deu certo, tive a oportunidade de trabalhar
na “Rainha”, loja de cama mesa e banho, também com o mesmo cargo, em oito meses
estava trabalhando como vendedor, e logo após como gerente. Achei que aquela
cidade estava pouco para o que eu queria. Vim para Belo Horizonte, e comecei a
trabalhar como promotor de vendas da empresa “Santista” era top de linha naquela época, viajava para
vários lugares, além daqui, fui para Goiânia, Vitória e Brasília. Comecei a
gostar desse ramo de Cama Mesa e Banho, pensei em trabalhar com estes produtos,
foi aí que tudo veio para os meus sonhos e planos.
Como avaliou a oportunidade?
Ao
trabalhar com a Santista, conheci outros representantes e outros produtos, foi
então que conheci o que represento hoje, a Jolitex Ternille, (empresa de São
Paulo, há 46 anos, e é o maior fabricante de cobertores da América Latina), seu
representante de Belo Horizonte, gostou do meu trabalho e do meu conhecimento
de mercado e o tratamento com os clientes, do menor aos maiores compradores,
então ele me convidou a trabalhar com ele como preposto (funcionário designado
para representar a empresa), com esta experiência observei e aprendi muito. Com
o passar do tempo, ele me convidou a ser sócio dele, eu tinha um dinheiro
guardado, bom relacionamento com os gerentes da fábrica em São Paulo, sem
contar com os clientes e também com as transportadoras. Estou com esta empresa
desde 1989, foi quando o meu primeiro filho nasceu.
Havia um plano de negócios? Se não, fez
algum tipo de planejamento? Pode explicar?
Plano
de negócio no papel não, mas na minha cabeça estava afiado, tudo com achava que
deveria ser.
1 Que experiência de trabalho anterior teve
antes de abrir o negócio?
Como
preposto tive a vantagem de não ter gastos com nada, a comissão do
representante é de 6% e eu ficava com a metade 3% sem ônus. Além de trabalhar
com a Jolitex, eu também representava outras três empresas, do mesmo ramo. Como
preposto sempre fui bem visto pelos lojistas porque organizava a loja, fazia
rodízio com a mercadoria que estava parada, dava dicas de como montar as
vitrines e ajudava no marketing, já fazendo minha estratégia como um bom
vendedor. Muitos comerciantes, já me ligavam, em vez de ligar para o escritório
ou até mesmo para o representante, porque já tinha conquistado a clientela. Foram
então muito importantes estas experiências como preposto.
Quais são suas forças e fraquezas?
Não
tinha muito que temer, os produtos são de qualidade e aceito muito bem no
mercado, me sentia bem oferecendo estas mercadorias.Em contrapartida, esbarro
com a concorrência do produtos importados e similares, que me deixa preocupado.
Teve sócios?
Sim.
Um.
Sobre os sócios; eles complementaram suas
habilidades para tocar o negócio?
Não,
pelo contrário, ele me deu foi problemas, tanto financeiro quanto organizacional.
Era uma pessoa sem compromisso, não tinha a mesma visão de negócios que eu.
Encerrar a sociedade neste caso
foi a melhor decisão que eu tomei, não queria desfazer, porque afinal foi ele
que deu a oportunidade de trabalho com esta marca.
Que recursos (econômicos/financeiros)
precisou implementar o negócio?
Fui
juntando dinheiro a cada negócio diferente que eu fazia, eu economizei,
economizei e ainda economizo.
Onde e como obteve estes recursos?
Com
o meu trabalho, não deixando de aproveitei a oportunidade de comprar e vender
alguns carros com o lucro guardei para esta finalidade.
Quando obteve seu primeiro cliente?
Foi
na sequencia de ser preposto, não me recordo com clareza quem foi.
Qual foi o momento mais crítico, no início
do negócio ou mesmo depois de sua criação? Como foi superado?
Foi
no decorrer do início da sociedade desfazê-la foi um momento desgastante.
Somente o trabalho para nos recompor, tanto eu quanto ele.
Qual foi o momento de maior satisfação?
Saber
que tinha a capacidade de montar o meu próprio negócio e sozinho planejei meus
objetivos e metas e as alcancei.
Qual é o lado positivo de ser empreendedor?
E o negativo?
Minhas
responsabilidades e meus compromissos isso me realiza. E os encargos são
pesados pelos problemas que ocorre dentro da empresa, como representante sou
para raios dos clientes e a própria parte burocrática, que é pesado.
Como a carreira como empreendedor afetou
sua família?
Positivamente,
tenho qualidade de vida, faço os meus horários modifico a minha agenda de
acordo com as necessidades.
Faria isso de novo? Caso positivo, o que
faria diferente?
Sim.
Buscaria o aumento da renda através de mais preposto e tentaria abranger outras
regiões a não ser BH e região. E pensaria mil vezes antes de ter um sócio, até
que me provem o contrário.
Que conselho daria a uma pessoa que quer se
tornar um empreendedor?
Economizar,
economizar e economizar. Fazer o que gosta, planejar e não deixar de se profissionalizar, buscando o que realmente quer.





